Ray Caesar
Não interessa aos libertários saber quantos são, pois nas suas hostes não se recrutam agentes do poder e muito menos se atribuem números aos militantes. (carlos fonseca)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ao meu Amigo

Vou repetir-me, mas era este o seu blog preferido, de entre os meus.
Todos os dias me enviava o seu poema diário, para eu não me sentir tão só. Todos os dias.
Ao longo de todo o tempo em que partilhamos conversas falhou uma vez. No dia seguinte cá estava a pedir desculpas após a minha reclamação. Como se alguma obrigação tivesse comigo. Não tinha. Era meu Amigo.
Todas as noites o lia antes de adormecer. Com um sorriso, com uma gargalhada, com um aperto na garganta, com um email a perguntar de estava bem ou com algum comentário que não queria deixar no seu blog.
A todos os comentários que lhe faziam ele respondia pessoalmente por email (se isso lhe fosse permitido, evidentemente).
Era aquilo a que se dá o nome de cavalheiro.
Era o meu amigo. Era com ele que partilhava as minhas alegrias, os meus anseios. Com ele chorei. Com ele ri. Sabia tudo acerca de mim.
Era ele que tinha sempre uma palavra para me iluminar, quando eu entrava nas trevas.
Era ele que insultava quem me magoava.
Era ele que se pudesse, se eu deixasse, me teria defendido de espada na mão.
Porque era meu Amigo.
E agora, perdi o meu Amigo.
Nada do que escreva pode mostrar como me sinto.
Se andares por aí, Ademar, continua a olhar por mim...

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